Reforçar a luta contra o discurso de ódio online e offline foi o tema da Conferência Global de Ministros da Educação de todo o mundo, organizada pela UNESCO no final do mês de outubro, com a presença do Ministro português Tiago Brandão Rodrigues.
09-11-2021
Apoiada pela Estratégia e Plano de Ação contra o Discurso de Ódio das Nações Unidas, os direitos humanos e a liberdade de expressão, a Conferência de Ministros focou especificamente a educação na luta contra o discurso de ódio, as suas causas profundamente enraizadas e forças motrizes.
O fortalecimento das respostas da educação para construir a resiliência dos alunos à retórica da exclusão e do ódio está também no cerne da Agenda Educação 2030 e na Meta 4.7 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4) nos objetivos sociais, morais e humanísticos da Educação.
O trabalho da UNESCO e de seus parceiros para abordar o tema do discurso de ódio abrange várias áreas:
- discurso de ódio nas redes sociais avaliando as possibilidades de o combater.
- Desenvolvimento do currículo de professores em literacia de media para ajudar os jovens a avaliar a relevância e confiabilidade das informações.
- Prevenção do anti-semitismo por meio da educação, bem como o ensino sobre o Holocausto e genocídios, incluindo formação para formuladores de políticas e formadores de professores em todo o mundo.
- Prevenir o extremismo violento, fornecendo apoio aos jovens para que se possam defender de ideologias odiosas e perigosas, formando e orientando educadores.
No decorrer da reunião, o Ministro Tiago Brandão Rodrigues, afirmou que “Portugal considera que a educação desempenha um papel fundamental e insubstituível no combate a qualquer forma de intolerância”, salientando que as escolas têm de ser capazes de identificar e atacar a radicalização, o bullying e qualquer outro tipo de comportamento discriminatório desde cedo.
Portugal tem uma estratégia nacional de educação para a cidadania e o plano «Escola Sem Bullying, Escola Sem Violência» com o objetivo de prevenir qualquer tipo de comportamento violento, para construir escolas mais inclusivas, onde as crianças e jovens se sintam seguros e protegidos, independentemente do seu contexto socioeconómico, crenças religiosas ou orientação sexual.
O Ministro defendeu ainda que Portugal considera fundamental uma abordagem à educação assente nos direitos humanos, com uma educação para a cidadania clara e progressista, sublinhando a importância da inclusão social na promoção da igualdade de oportunidades.
Foi ainda realçado o projeto «Nunca Esquecer», em torno da memória do holocausto, destacando a atribuição do estatuto de herói nacional ao antigo cônsul de Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, que emitiu vistos a milhares de judeus, salvando-os do holocausto nazi. «Da nossa memória ao presente, esperamos desenvolver as ferramentas certas para construir uma sociedade tolerante, que abra os braços para receber a diversidade e aprender com ela» concluiu o Ministro.
Fontes: UNESCO, Portal do Governo